quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A sinceridade do punk brega

Sinceridade é algo que eu prezo muito na música. Não importa muito se o artista canta bem ou toca “certinho” e é por isso que gosto tanto de ver shows, porque é no palco que podemos perceber a entrega total de um artista e como ele conduz suas canções de verdade. Na noite de sexta-feira (05.11), Wander Wildner confirmou que é alguém muito sincero, tanto quanto quer falar com seu lado punk quanto com o brega.
Av. Paulista, 149 – Teatro do Itaú Cultural. A apresentação faz parte do projeto Estéreo Saci, que convida um artista para homenagear um grande ícone da música nacional. Wander Wildner faz as honras da noite ao renomado produtor Tom Capone. Por volta das 20h00, Wander entra sozinho no palco e empunha seu violão e solitário canta a primeira canção.
Conversa com o publico, explica cada canção, sorri, se sente feliz ali no palco, aos poucos convida os músicos que completam sua “gangue” na noite, fala sobre como era seu envolvimento com Tom e de como ele é importante para cada música ali tocada, explica sua influência em cada arranjo. Executa covers e as dedica a Capone. A cada som, a cada conversa, a cada suspiro e sorriso dos músicos o show vai aumentado sua intensidade.
Em cada canção que o “rei” do punk brega canta, nota-se que há muita emoção envolvida, a veracidade das histórias contadas em suas canções podem até ser questionadas, mas Wander canta as canções com tanta vontade, que você acredita em cada palavra das letras de músicas como “amigo punk”, “para quedas do coração” e outras.
Durante o show há uma engraçada “interação”. “No intervalo das músicas, um senhor sentado na primeira fila fica empolgado e faz observações sobre o show do tipo: “bom show”, “você está tocando muito bem” e frases do gênero. Percebo que ele tinha entrado no universo do show. E não duvido que quando Wander conversa com Tom Capone olhando para o alto, ou nos manda escutar os violinos e as flautas “espirituais”, o senhor de barba e cabelos logos e brancos escutava tudo com clareza.
Ao final do espetáculo ficou claro que Wander sempre faz o quer e é feliz por isso. Mesmo na pior ele sabe que, o quanto é bom ser verdadeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário