sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Uma igreja de impacto

Por Max Santiago & Priscilla Santos


A ideia é causar impacto na vida de punks, metaleiros, góticos, skatistas e outras tribos urbanas. A “casa de Deus” sempre foi uma instituição formal e tradicional, até mesmo as congregações evangélicas renovadas, que deixam as mulheres usarem adornos, maquiagem e calça, ainda mantém certo pudor com relação a roupas e estilos diferentes do comum.  No final de 1998, Antonio Carlos Batista, dentro de sua garagem, localizada em Osasco, São Paulo, montou um grupo de louvor com o intuito de alcançar pessoas marginalizadas pela sociedade. Levando a seguinte mensagem “Jesus te ama e não se importa com seu visual”. Da Garagem, a igreja cresceu, teve diversos endereços e hoje se encontra no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. Vestindo preto, braço e cabeça tatuados, Edison Caetano, é diácono da Crash Church, explica sua relação com as tatuagens, “fiz depois que entrei na igreja, Deus não se importa se tenho tatuagem ou com minhas vestes, ele se preocupa com minhas vestes espirituais”. Isto mostra na prática que a igreja realmente está aberta a qualquer grupo underground, não importando qual grupo você faça parte. “Eu sou cristão antes de tudo, o cara curte som punk, careca e heavy metal, mas antes de tudo a gente é cristão”, é o que afirma Ivan Alves de Lima, responsável por organizar os eventos da Crash Church.


Há algo de diferente



 A Crash Church é como qualquer igreja tradicional, tem cultos aos domingos e durante a semana, celebra a santa ceia, faz batismos por imersão, estudos bíblicos e atividades de caridades em albergues. A mudança começa no visual do pastor, sai o terno e a gravata e no lugar entram as tatuagens, os piercings e os cabelos compridos.  “Muita gente vem perguntar se a gente faz sexo antes do casamento. Não. Vocês são a favor do aborto? Não. A gente não bebe, não fuma, não usa drogas. É uma igreja evangélica mesmo, só que pintada de preto” esclarece Ivan sobre os preceitos da igreja. Ivan defende a posição da igreja “Jesus quando veio a terra só andou com gente underground mesmo, prostituta, cobrador de imposto, mendigo, leproso... A gente tenta alcançar justamente os undergrounds ou marginais da sociedade de hoje”.  Tentando vencer os preconceitos e mostrar que Jesus ama os que se vestem de preto e tem moicano, através de acordes pesados, a Crash Church segue tentando mostrar uma opção diferente em meio ao vasto cardápio de denominações evangélicas.

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